segunda-feira, 23 de março de 2009



Chove lá fora.
Mais uma noite fria sem você.
Torturante distância
que me sufoca e angustia.
Por que não ser eu
esses lençóis macios,
que tocam teu corpo, sem da tua pele,
sequer saberem o cheiro?
Por que não ser eu
o travesseiro, que tão perto,
tem tua boca?
Que, sei eu, recebe, inerte,
tuas loucas mordidas
pelos teus êxtases solitários.
Por que não ser eu essa cama
que ora te aquece
e abriga tua inebriante nudez?
Por que não ser eu as paredes,
que ouvem, tão apáticas,
os suspiros, gemidos e balbucios,
da volúpia dos teus devaneios.
Mas, tão longe,
Posso ser apenas eu,
Aqui, com a minha saudade,
E este rabisco que
pretendeu ser um poema

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