segunda-feira, 23 de março de 2009

Uma Anônima de um Amor Virtual



As palavras estão presas na garganta
O tempo passa e nada muda
O adeus inevitável, está por vir
Parece até profecia
Lágrimas serão derramadas
Diário é o ritual
O amor é virtual
Não há como guardar abraços
Beijos de bocas molhadas
Sorrisos como lembrança
Sussurros ou gemidos, onde?
Na caixinha mágica da memória
ficará o registro dos e-mails
do diálogo por letras
do desejo só em sonho
Amor virtual!
Estranha maneira de se amar
Aos olhos dos normais, loucura!
Amor assim tem um pouco de tudo
Mas, também tem tudo de nada
Momentos digitando, felizes
Nem sente-se que é virtual
É tudo tão real, sente-se
Que cada um é um pouco do outro
Cada palavra na tela é eternizada
Como se não houvesse amanhã
...e o tempo vai passando
Mantenho-me fiel a este amor
sem toque
sem cheiro de pele
sem olhar
sem beijos
sem gostos
somente de desejos
somente de querer
somente de tesão
somente de solidão
Fico sentada olhando esta tela
como se fosse
uma avenida da esperança
aqui estou me doando
me entregando
... do outro lado da tela
os olhos tem vários amores
faltam dedos para responder rápido
não sou somente eu solicitar
A demora na resposta
começa incomodar, inquietar
até que......
A alegria entra em eclipse
no peito rasga desesperança
O sorriso está como flor
em sol escaldante, murchando
A expectativa agora é amargura
Meu corpo fica febril
Meu coração não cabe no peito
Os sonhos desfeitos
A ternura cai em prantos
O ontem era amor
O hoje é amor
O amanhã...
Uma anônima de um amor virtual

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