quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ah! Insensato coração






Ah! Coração insensato.

Lá vamos nós novamente deslizando nas ondas azuis daqueles olhos suaves ou mergulhando no indecifrável mistério de olhos negros profundos. E então você se agita febrilmente, encantado e dominado, quase nos sufocando.

Ah! Insensato coração.

Quantas vezes precisei vasculhar, milímetro a milímetro, a imensidão do meu corpo para encontrar e colar cada pedacinho a que ficou reduzido após nova decepção. Quanto tempo, tristeza e dedicação.

Ah! Coração insensato.

Você nunca aprendeu. Sua incontrolável necessidade de dar e receber carinho faz com que não resista aos apelos do amor. Um sorriso branco e brando, um olhar malicioso e lá vai você galopando no meu peito e explodindo no auge do meu prazer.

Ah! Insensato coração.

Que amarga e a despedida. Que tristeza vem da saudade. E você, promete se endurecer, desistir, passar a vida batendo mansamente e em paz na solidão da sua caverna.

Ah! Coração insensato.

Esperança vã. Faz parte da tua natureza se iludir, se entregar. Me usar mesmo contra minha vontade, desprezando com coragem o medo que ambos sentimos.

Ah! Insensato coração.

Depois você se encosta no meu ombro, com seus frágeis batimentos se confundindo com minhas quentes lágrimas, sem atinar jamais o que houve dessa vez.

Vai! Coração insensato.

Não morra de desejo e não me mate de tédio. Mergulhe de cabeça nessa nova ilusão, pois mais vale sofrer mil vezes esta dor, do que não sentir o calor e o sabor do amor.



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