segunda-feira, 13 de abril de 2009


Carente... vazio...
Marcos Woyames de Albuquerque

Triste, acordei triste!
Não que tenha dormido mal
Foi um sono só, solto, direto.
Um sono de noite toda, reto.
Foi uma fuga só,
até o amanhecer.
Tinha tudo para estar bem.
Tinha?
Estou triste!
Uma vontade de colo,
De abraço, de afago,
De aconchego!
Não precisa falar.
Não precisa me ouvir.
É só do meu lado estar,
Entrar lá dentro e ficar.
Meu espaço vazio ocupar.
Estou com um nó na garganta.
Sensação de solidão.
Um vazio que é de imensidão.
Um sozinho lá dentro.
Um coração que é sangrento.
Mais que isso... nó na garganta,
Vontade de lamento.
Por mais que eu queira,
Que eu lute, que eu resista,
É uma luta vazia.
Não tem propósito.
O ar tá cheio de gente.
O mundo tá cheio de vida.
Que me importa?
Pra mim não tem ninguém
Não há o que me contente,
Tudo em mim é tédio.
Tudo me é ausente.
Quero colo,
Quero carinho,
Quero afeto,
Me sinto sozinho.
Tão sozinho.
Só, apenas sozinho!
Me encha, me preencha...
Está vazio...
Estou só... muito só.
Meu braço não me abraça.
Teu braço não me abraça.
Meu peito não respira,
Meu peito só suspira!
Meu coração bate...
É só sobrevivência.
Seu bater é mudo...
Está vazio...
não tem ressonância.
Um nó na garganta.
Um choro que não chora.
Aperta, maltrata, dói.
Está vazio,
Está um nada, um vácuo.
Chora meu choro!
Por que você não chora?
Chora... sai e põe pra fora.
Rasga o peito.
Expõe a dor ou o defeito.
Preenche este maldito vazio
que ocupa o meu peito.
Solitário... solitário...
Não me importam os presentes,
Me são todos ausentes.
Quero um colo pra chorar.
Eu choro por querer chorar,
Eu choro por não chorar.
Não há lágrimas, só vazio!
Escuta, ouve meu grito...
Estou só, só em meio a solidão...
Só... Bem no meio da multidão...
Só... Vazio.


CRIS

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