quinta-feira, 5 de março de 2009

Hoje




Hoje
Abri aquela caixinha onde guardo nossos segredos.
Fazia tempo que não a visitava…
Por puro medo.
Encontrei lá dentro, restos de nós dois.
Reli suas cartas, aquelas que falavam do seu amor,
Onde você descrevia a sua paixão por mim,
E incendiei por dentro por um momento.
Depois encontrei aquele guardanapo
Que num bar certa vez você
Desenhou um coração
E então…
O coração que bate dentro do meu peito,
Bateu insatisfeito.
Remexi ainda mais na caixinha e achei uma flor.
Aquela rosa
Que você me deu no dia que me disse pela primeira vez,
“Eu te amo!”
E descobri que ela secou… Por pura falta de amor.
Depois bem lá no fundo encontrei perdido,
Aquele coração partido que andava pendurado no meu pescoço,
Pensei então na outra metade.
Onde andaria?
Será que ela ainda existia?
Achei também um bilhetinho amassadinho
Que dizia que a vida era ruim sem mim,
Que nada valia a pena no dia em que você não me via,
Aí lembrei do seu sorriso quando você me encontrava.
Eu lhe amava!
Revirei-a mais um pouco
E cheia de desgosto achei então aquela oração
Que você fez pra mim naquele nosso momento ruim
E chorei baixinho de tanta dor.
Também achei um bilhetinho pedindo perdão
Por um momento de tensão.
E lembrei que
Lhe dei esse perdão com a maior emoção.
Em seguida achei um papel dobradinho
Com aquela poesia que você fez pra mim
No dia seguinte que nos amamos pela primeira vez.
Aí delirei de prazer por você.
Também estava lá a letra daquela música
Que quando ouvimos um certo dia
Você me disse então que seria a nossa canção.
E eu a cantarolei baixinho por um breve minutinho.
E aí…
Depois de já estar com o rosto inchado de tanto chorar,
Com o coração estraçalhado
Lembrei do dia que você me telefonou
Falando do fim do nosso amor.
Que tinha acabado.
Que estava tudo terminado.
Rápidas palavras.
Como se a nossa história tivesse sido transitória.
Ardi de dor.
Me enterrei na saudade.
Depois tranquei a caixinha e parti pra minha realidade,
Fingindo a todos não viver na agonia.
Mas na verdade, o que eu queria
Era morar dentro daquela caixinha,
Junto com o meu coração que já vive lá.
Afinal
Desde que você me deixou,
Foi o único lugar que ele encontrou pra
Continuar a pulsar.



Acordo....




Meu corpo, ainda quente e leve de uma noite de sonhos e delícias
te procura...
Ainda sentindo teus carinhos, teus beijos molhados e a tua respiração,
ofegante...percebo a realidade!
Estou só ! E a lembrança do teu olhar apaixonado me fascina.....
Como não pensar em ti?
Que me faz viver nas nuvens...
Que me faz sentir o orvalho da manhã ...
E transformou minha vida num eterno sorrir e cantar????
Que me faz sentir mulher, menina, criança amada, doce namorada...
A mulher amante ideal, ...
Não quero acordar, quero viver sonhando...mas,
Acordei!
Ainda sonho contigo!
Levanto e imagino que estás aqui, me olhando, me chamando,
me desejando...e, deito novamente, para tornar a sonhar........
E sonho!!!
Com teu sorriso moleque...com teu olhar e corpo sedutor, com tuas mãos deliciosas!
Não quero acordar!
E por que acordar, se é tão gostoso e doce contigo sonhar?
Acordo!
É hora de parar de sonhar....
É hora de deixar-te longe de meu corpo...
De afastar-te dos meus pensamentos, retornar!
Eu sei, e, como sei!!!! não há como fugir...
É hora de acordar....
Para mais tarde,
Contigo voltar a sonhar...








RETRATO DA MINH'ALMA !



Quando olho meu retrato o que vejo?
viajo nas lembranças de um tempo
reminiscências perdidas, fugazes
que ficaram lá atrás, não voltam
Olho um retrato que não retrata minha alma
apenas registra uma triste calma
de alguém que não viveu tudo que queria
mas que nesta busca insana se alivia
nas lembranças ternas do que passou
Sim, porque sempre há os dois lados
onde se bem viveu ou não
onde a história se fez presente
ou estado de negação
Mas vivo a vida sorrindo
porque sei que de nada vale
fazer disso um retrospecto ruim
de tudo que aconteceu pra mim.
A vida está aí a nossa frente
caminha lá e cá tanta gente
problemas que vão e vem
cada alma que passa às cegas
um tormento ou uma alegria carrega
no vai o vêm da vida que passa
tentando esquecer o que vento não leva.