domingo, 7 de março de 2010

Não é o momento de rever nada!!!! As lágrimas embaçam a visão.

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O amor serve para apartar o excesso de palavras, assim como o momento de solidão serve para conceder trégua as lágrimas.
É como, dormir de tarde e se acordar de noite. O amor rouba o fuso horário do tempo, o contexto e a simplicidade. É uma presença carregada de fragilidade.

Fico arrependida ao brigar. Não planejo minha raiva a ponto de soltá-la devagar, com humilde arrogância, se é que existe algo assim.
Não saio de uma discussão com a convicção de que estava certa.
Sempre percebo meus erros exagerados, e meus ciumes sem lógica.
Não saio leve, com a calma de quem fez o que deveria fazer. Saio arrependida de palavras ditas erradas. Saio sofrida por fazer sofrer a quem amo.
Não saio impune, não saio convicta. Saio esperando a aceitação do pedido de desculpas que solicito ao outro.
Saio ofendida, alterada, com a respiração presa. Como se tivesse sido espancada por abelhas revoltadas. Entro em desativação total de mim mesma. Discutir me faz mal, como se de repente eu fosse coberta por um luto que me veste à alma.

Nas cobranças e ironias eu me vejo como uma mentirosa, que não soube tocar e amar a não ser pela violência e possessividade.
Exagerei na maldade, falei o que não quis dizer, falei o que nunca deveria ter falado. Mas, falei e agora há uma responsabilidade por ter falado. Por ter magoado.
E as palavras que eu disse involuntariamente serão cobradas por quem magoeei. Serão catalogadas, fichadas, examinadas com rigor. Brigar é estornar o depósito da fidelidade e da harmonia. É desmerecer. É desqualificar. É rebaixar logo o que mais valorizamos, para aparentar seriedade e preocupação.


O deslize da minha ortografia é a paz que não encontro mais em mim. O deslize na minha ortografia é como um beijo que salta do rosto e estala nos ouvidos, e que vai ser depositado no rosto de quem briguei num pedido de perdão.
Então, depois de chorar todas as lágrimas de arrependimento das minhas culpas, vou para cama tentar dormir.
A mulher se reduz para poder dormir.
E, ao me encolher, deixo espaço para o amanhecer chegar em um novo dia ...